PÉ DIABÉTICO E NEUROPATIA DIABÉTICA

30-12-2020

Pé diabético define-se por um conjunto de lesões nos pés dos pacientes diabéticos, que ocorrem como consequência de neuropatia (90% dos casos), doença vascular periférica, lesões dermatológicas e deformidades da estrutura óssea e muscular.

A diabetes pode dar origem a complicações, sendo uma delas a neuropatia (lesão dos nervos). O aumento da glicose no sangue (hiperglicemia) é uma das causas mais importantes desta complicação. Mas há outras causas que se associam à hiperglicemia. O estabelecimento da neuropatia pode ser tão lento que nas fases iniciais pode não dar sintomas nem sinais. Mais tarde, pode dar sintomas, como adormecimento ou dor, sobretudo nas extremidades dos membros, ao nível das pernas e dos pés. Também pode provocar alterações da função motora e da sensibilidade. A extremidade das mãos pode ser igualmente atingida, dando origem a alterações semelhantes às dos pés.

Tem alta prevalência com a evolução temporal da diabetes, podendo chegar a 50% e ocorre tanto em diabéticos do tipo 1 como do tipo 2 e 8 a 12% dos diabéticos tipo 2 na ocasião do diagnóstico já apresentam neuropatia.

Os sintomas podem variar de acordo com o tipo da lesão das fibras nervosas afetadas.

É possível prevenir a neuropatia ou atrasar o seu desenvolvimento, graças a um bom controlo da diabetes, através de um estilo de vida saudável (alimentação e atividade física, não fumar e evitar bebidas alcoólicas) e cumprindo o tratamento farmacológico adequado.


Considerações gerais:

Sabe-se que os diabéticos têm um risco 40 vezes maior de amputação do que a população não diabética e que o principal factor de risco é a Neuropatia Sensitivo-motora sendo que 85% das amputações em diabéticos são precedidas por úlceras.

Cerca de 15% dos diabéticos apresentam pelo menos um episódio de úlcera no pé, ao longo da vida.


Causas da neuropatia:

Em geral, verifica-se lesões dos nervos e/ou dos vasos sanguíneos. 

As causas da neuropatia podem ser: 

exposição prolongada a níveis elevados de glicose no sangue, lesões dos capilares dos nervos, duração da doença e idade avançada.

Existem outros fatores causais, como: inflamação dos nervos, fatores genéticos, tabaco e álcool.


Principais complicações

São complicações relacionadas com a neuropatia: úlceras nos pés ou pernas (evitar andar descalço, "fugir" de aquecedores, lareiras ou botijas de água quente, vigiar os pés todos os dias); infeções urinárias e incontinências; impotência no homem; alteração da lubrificação vaginal.


Alguns fatores de risco

Deficiente controlo da glicose no sangue.

Duração da diabetes.

Lesão nos rins.

Sobrecarga de peso.

Tabagismo.


Características da dor neuropática:

Queimadura / Ardência.

Formigueiro.

Pontadas - Agulhadas - Choques.

Sensação de corte.

Hiperalgesia, esfriamento/aquecimento alternados, cãibras e fraqueza muscular. Surge em repouso, melhora com os movimentos.


Efeitos da neuropatia nos pés:

Diminuição da sudorese.

Pele descamada e seca.

Formação de fissuras e portas de entrada para infeções.

Perda do tónus vasomotor.

Distribuição irregular de fluxo sanguíneo.

Aumento de fluxo sanguíneo para os ossos - Artropatia de Charcot.

Maior reabsorção óssea e colapso de articulações.


Alterações sensitivas:

Quadros variáveis de parestesia e insensibilidade.

Perda da sensibilidade protectora à dor.

Frequentes são as lesões provocadas pela diminuição seguidas de hiquerqueratoses, necrose isquémica por compressão e subsequente ulceração.

Formação de helomas, aumentando a pressão plantar no local.

Calçados inadequados ou objectos presentes dentro deles.

Infecções secundárias em "frieiras" e fissuras/gretas do pé.


Alterações motoras:

Atrofia muscular devida ao comprometimento de nervos dos músculos interósseos.

Perda da função da musculatura intrínseca.

Deformidades músculo-esqueléticas progressivas.

Dedos em garra.

Flexão plantar dos metatarsos.

Comprometimento selectivo de músculos da perna, como o tibial anterior e o extensor longo do hallux.

Alteração da estabilidade do pé, especialmente durante a marcha.

Distribuição irregular da pressão na superfície plantar.

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